sábado, 2 de março de 2013

Mil perdões, atualizações e encerramento

   Primeiramente tenho que pedir mil perdões aos amigos, familiares e mesmo possíveis desconhecidos que venham me acompanhando pelo meu sumiço. Como eu expliquei na última postagem, não levaria o computador comigo para Londres como nas outras viagens e nem teria tempo pra entrar na internet. Desde que cheguei não tive tempo de postar então vou relatar tudo aqui e vocês vão entender melhor.

  No dia 14 não fui na despedida à noite, queria sair e encontrar o pessoal, mas tinha muitas coisas pra organizar na mala e no apartamento e acabou que eu e a Isabela ficamos fazendo isso até tarde. Tinha que já estar tudo pronto pra apresentar o trabalho e ir embora no outro dia.
  Antes de começar a apresentação a Beata entregou as nossas notas e comentou a prova. Eu tirei 80 em tudo, uma nota boa na minha opinião, com todas as dificuldades da gramática e o pouco tempo de curso, mas ela disse que esperava que eu tirasse mais. Eu fiquei feliz, de qualquer forma.  O nosso último exercício pra ela foi fazer uma lista com 10 nomes de meninos que a gente achasse bonitos nos nossos países. Se ela escolher algum das nossas listas vai ser muito legal!
  Fomos pro auditório pra apresentação dos trabalhos. Os grupos da minha sala foram os primeiros a se apresentarem. Eu achei isso bom, pois queria terminar logo e pegar minhas coisas pra ir pra casa da Michelle e aproveitar o máximo de tempo que eu teria lá, mas não gostei do motivo pelo qual fomos os primeiros. A professora alegou que nós poderíamos ficar intimidados com as apresentações das pessoas de níveis mais avançados. Eu me senti muito inferiorizada com esse comentário dela, e não me sentiria com a apresentação das outras pessoas. Eu sei que ainda tenho muito que aprender, mas convivemos todos juntos durante esse tempo nos comunicando muito bem independente de nível, nos dando bem acima de tudo, não fez o menor sentido isso que ela disse. Parecia que nós éramos os mais 'burrinhos", "café com leite", sendo que os níveis de lá são muito diferentes dos daqui, como eu já comentei aqui no blog, e que portanto havia pessoas na minha sala que já haviam feito níveis mais avançados no Brasil, da mesma forma que havia pessoas em nível mais avançado lá que não falavam muito bem.
    Enfim, o meu grupo foi o segundo a apresentar e todos acharam o tema bem interessante. Eu tive a impressão de que eu falei muito mal e errei tudo, apesar de as pessoas me falarem que não e eu não achar que eu estava nervosa. Aguardei um pouco e a professora me entregou meu certificado, me despedi dela com um forte abraço. Não deu pra me despedir de ninguém, pois não dava pra esperar todas as apresentações e foi bem demorado.
  Saí correndo pra comprar uma nova mala. Consegui que tudo coubesse em uma mala só, mas como comprei várias coisas, fiquei com medo do excesso de bagagem. Comprei uma mala qualquer, só pra transferir algumas coisas da mala grande e que não fosse muito cara. Comprei numa loja bem fuleirinha. O problema é que era sem rodinha, mas as de rodinha pareciam ter bem menos espaço e eram bem mais caras. Não que eu não pudesse comprar, mas estava querendo guardar o dinheiro pra Londres; não sabia como eram os preços lá e que gastos eu teria.
  Corri pra comprar um cadeado pra mala e fui pra casa. Transferi umas coisas mais urgentes e deixei pra organizar melhor na casa da Michelle. Ficou tudo muito pesado, não fazia ideia de como eu daria conta de carregar tudo aquilo. Fiz uma lasanha no microondas e eu e a Isabela ficamos esperando a moça do curso ir ver o apartamento e nos pagar de volta o calção. Estava tudo em ordem quando ela chegou e recebemos o dinheiro normalmente. Foi uma aventura descermos sozinhas com as malas pelas escadas do nosso prédio ( a gente morava no último andar) e eu fiquei torcendo muito pra não quebrar as rodinhas, pois não conseguia levantar a mala muito do chão e elas estavam batendo nos degraus. Chamei um taxi, mas não dava pra ele levar nós duas com as respectivas bagagens, então a Isabela ficou esperando ele voltar. Me despedi dela correndo, porque o cara estava esperando. Acho que ficou até parecendo que eu fui muito fria.. eu não me despedi de ninguém como eu gostaria...
    Peguei um trem para Alsfeld e a mãe da Michelle junto com a irmã dela me buscaram na estação. Foi muito bom vê-las de novo, parecia que tinha um século que eu não as via e ao mesmo tempo foi uma sensação boa como se eu estivesse voltando pra casa da minha própria família. Chegamos ao mesmo tempo que a Michelle estava chegando com o Sebastian. Ele a levou lá e depois foi embora, acho que estava indo pra casa da família dele. Quando a Michelle chegou ela disse que eu estava falando alemão bem melhor, e eu fiquei muito feliz com isso. Eu senti mesmo uma grande melhora. Lá eu devolvi a ela o casaco que ela tinha me emprestado e agradeci, levei umas coisas do carnaval de Köln e uma lembrancinha que eu fiz pra eles. Eles me ajudaram a "rearrumar" as minhas malas de modo que o peso ficasse melhor dividido. Procurei colocar as coisas menos "importantes" na mala mais fraquinha. Foi muito bom passar essa noite lá com eles. No outro dia, pela manhã, eles me levaram na estação de trem para eu ir para Frankfurt. Foi muito triste me despedir! Queria poder ficar mais tempo. Peguei o trem sozinha e fiquei pensando como eu ia fazer com aquelas malas sozinha.
   No caminho, na troca de trem, quase desci na estação errada. Um moço no trem me ajudou a colocar rápido a mala de volta. Cheguei em cima da hora no aeroporto, mas o check in deu certinho e logo eu estava à espera do vôo. Deixei a mala grande no locker, levei a menor com as coisas mais urgentes. Foi quando lembrei que ainda não tinha comido nada, e comprei um croissant pra não ir totalmente sem nada no estômago. No aeroporto encontrei dois colegas do curso, ficamos conversando até a hora de ir. O vôo foi super rápido, quando assustei já estava chegando. Foi muita emoção começar a ver Londres de cima, um sonho!
   Quando descemos e fomos passar pela polícia, respondi a algumas perguntas e foi tudo bem. O único complicador foi que a menina que eu havia encontrado do curso disse na entrevista dela que a gente estava junto, sendo que eu havia dito que não! Não sei porque ela disse isso, afinal encontramos por acaso, nem sabíamos que íamos pegar o mesmo avião, e cada um ia pra um lado depois disso. Mas no fim deu tudo certo. Dito e feito, eles foram procurar o hotel deles e eu ainda fiquei um tempo no aeroporto para deixar a mala no locker. Resolvi levar para o hostel apenas uma mala de mão, pequena, com coisas que eu realmente precisaria. Fiquei com medo de levar a mala para lá e alguém mexer ou roubar. Deixei inclusive o computador, e o funcionário do locker também garantiu que isso seria mais seguro. Peguei um metrô para encontrar o hostel. Achei o sistema de transporte por zonas super fácil de aprender e prático. O problema foi que o hostel que eu reservei era muito longe, fiquei quase uma hora no metrô. Mas não liguei muito. chegando lá só deixei minhas coisas no locker do quarto e logo sai para ver se conseguia pegar um tour noturno pela cidade, pois a essas alturas era a única coisa que dava tempo de fazer, e eu não queria disperdiçar. Quando cheguei ao Green Park, tive que me concentrar pra não ficar só ali olhando e ir atrás do ônibus, eu estava maravilhada. Quando cheguei todos já estavam acomodados e o ônibus já estava quase saindo! Mas deu tempo de conversar com o responsável pelo tour, e ele disse que o motorista estava um pouco atrasado, e que dava tempo de eu comprar algo para comer. Então atravessei a avenida muito grande e muito movimentada correndo, mas não tinha outro jeito, ir pela passagem subterrânea demoraria muito mais (e particularmente, eu fico meio com medo de passar). Entrei no primeiro café que vi, comprei um sanduíche com muita pressa e saí correndo de volta. Foi muito engraçado porque é um tipo de sanduíche que você escolhe na geladeira e a pessoa esquenta na hora, mas eu levei gelado mesmo e o cara do café ficou sem entender. Quando voltei, não tinha mais lugares no andar de cima do ônibus, mas eu sabia que seria ótimo mesmo assim! Eu me acomodei e logo o tour começou. Eu perguntei ao motorista pra quem eu pagava, e ele disse que o cara dos bilhetes já tinha descido e que eu poderia pagar no final. O tour foi muito bom pra me localizar pela cidade, apesar de estar de noite. Foi um pouco confuso pra ver tudo, ainda mais estando no andar debaixo, mas consegui subir algumas vezes e tirar umas fotos. A única vantagem de estar embaixo foi a proteção do frio. Foi incrível ir vendo tudo aquilo que eu achava que só veria pela tv escutando aquele sotaque britânico! Na hora de descer do ônibus, o cara do bilhete não estava lá de novo, esperei um pouco, rodiei.. como ninguém falou nada, acabei indo embora! Foi muito bom, porque eu estava com pouco dinheiro, e eu queria muito aproveitar um pouco da cidade. Como agora eu sabia que estava perto do Hard Rock Café, fui direto para lá!
     Chegar lá foi uma sensação muito boa! Antes de entrar no bar, fui na loja de souvenirs, que tinha horário para fechar. Eu fiquei um tempão lá dentro, olhando tudo, tentando decidir o que levar.. ( e o que cabia no meu bolso também). Comprei uma camiseta pra mim e umas lembrancinhas pra levar. Depois fui para o bar. Achei tudo incrível! Fiquei observando todos os detalhes, acho que até esqueci que estava sozinha. Até o banheiro eu achei legal. Mas tudo caro, pra variar. Essa ida em Londres foi bem cara com relação às outras viagens que eu fiz. Tomei 2 cervejas e descobri que tinha direito a ganhar um copo de souvenir, fiquei muito feliz! Quando fui pegar, me surpreendi, o copo era muito maior do que tinha pensado! Adorei.
  Enquanto tirava fotos, comecei a conversar com um cara que tirou umas fotos pra mim. Ele foi muito legal e ficou falando sobre a vida em Londres. Conversei também com uns amigos dele que estavam lá até a hora de ir embora. Fui embora quando percebi que já estava ficando tarde e estava dando o horário do último trem. Chegando ao hostel, tomei um banho e fui dormir. Conversei com umas meninas que estavam no quarto e pedi a uma delas que me acordasse, e ela disse que colocava o celular pra despertar sem problemas, pois não tinha tomada no quarto e não tinha como carregar o celular. O que mais me desesperou com relação a isso foi não poder carregar a câmera, mas felizmente a bateria durou até o momento em que cheguei no aeroporto para ir embora, nem acreditei. Tive que tirar menos fotos do que gostaria, dar uma economizada, mas mesmo assim consegui tirar bastante.
  Não consegui dormir direito essa noite, pois fiquei com medo de que a menina não me acordasse. Eu fiquei com medo de acordar muito tarde e perder a hora do tour guiado, assim como o que eu tinha feito em Hamburgo e Paris. Levantei cedo e fui no banheiro me arrumar. Tomei café na cozinha do hostel, era bem simples mesmo, como o que a gente toma em casa, pão, queijo, manteiga, leite com chocolate.. estava tudo muito bom! Algumas pessoas tentaram puxar assunto, mas não fui com a cara de nenhuma delas, então não dei muita confiança. O hostel ficava bem ao lado da estação de metrô, super prático, então sai e logo fui pra lá. Achei legal que tinha jornal de graça, claro que eu peguei! Não fui direto para o Hyde Park, onde o tour começaria. Fui primeiro para a Abbey Road! Adorei ver a rua e tirar fotos lá! Eu sabia que tinha um museu ali perto que não pagava pra entrar, mas eu não teria tempo de ir lá e chegar na hora para o tour, então infelizmente não fui. Comprei uma lembrancinha de lá, é claro. Depois parei na estação Bond, e achei incrível que a estação inteira era decorada com imagens dos filmes 007. A minha intenção era ver, ao menos por fora, o museu do Sherlock Holmes, mas estava muito longe, etão só aproveitei a parada para trocar mais dinheiro, pois previ que o que eu tinha trocado não seria o suficiente. trocar lá foi muito mais caro que na Alemanha.
    Desci depois disso direto no Hyde Park. Comprei mais algumas lembranças num camelô e fui pro centro da praça encontrar o grupo. Estavam lá várias pessoas do curso, foi muito legal ir com eles. O guia era muito simpático. Primeiro passamos de lá ao Green Park e depois para o palácio de Buckingham. Foi incrível ver de perto, chegamos bem na hora da troca da guarda. Consegui chegar no portão para ver, e depois eles sairam de lá e passarm bem pertinho de nós, fiz um video. Depois de lá, passamos por outros palácios e lugares importantes e lindos,  mas o mais emocionante, é claro, foi ver de perto o Big Ben. ali o tour terminou e, depois de passar pelo London Eye, fomos almoçar em um restaurante típico. O almoço foi muito bom, nós ficamos muito felizes. Saindo de lá voltamos para ver melhor a Westminster Abbey, mas era muito caro pra entrar, desistimos. Também não andamos no London Eye, por falta de dinheiro mais a vontade. Fomos passeando dali até as próximas pontes, até chegar na Tower Bridge. O caminho foi lindo, mas foi mais longo do que havíamos pensado, então pegamos metô em uma parte. A vista de lá era muito bonita! Tiramos muitas fotos. Depois pegamos um ônibus e metrô para voltar. Foi muito andar anquele ônibus vermelho, com aquelas pessoas tão diferentes.
    Mas eu não voltei para o hostel. Apesar de estar muito cansada, eu queria conhecer o Soho, que fica muito movimentado à noite. Andei bastante por lá, entrei em muitas lojas, conversei com as pessoas, fiquei vendo as luzes.. foi muito bom! Acabei no Mcdonald's antes de ir para o hostel. Estava exausta! Tomei um banho e fui dormir, mais uma vez contando que a minha vizinha de quarto me acordasse, e ela cumpriu sua promessa, mas não consegui confiar mais uma vez e não dormi direito, com medo de não levantar na hora certa e perder o vôo para ir embora.
   Levantei cedo pois queria dar mais uma passeada antes de ir embora. Infelizmente não dava tempo de ir ver o Greenwich, mas nessas viagens rápidas temos que fazer escolhas. Passei um pouco mais, tirei mais algumas fotos e me sentei perto do London Eye por fim, fiquei algum tempo só observando a paisagem. Depois atravessei a rua e fiquei mais um tempo observando o Big Ben. Tinha um escocês, de saia e tudo, tocando ali, muito interessante. queria ter registrado mais essas coisas de rua, mas estava com medo de acabar a bateria da câmera. Na hora de ir embora, tinha um senhor cantando "Eleanor Rigby" no metrô lindamente. Foi um pouco triste ir embora.
    Chegando ao aeroporto, almocei por lá. Fiquei pedindo tudo em inglês e no fim descobri que no restaurante era todo mundo português. Peguei minha mala no locker e estava tudo ok. O vôo atrasou e eu fiquei bastante tempo lá, sorte que lá era como um shopping, então eu também passeei um pouco. Fiquei com muito medo de não chegar a tempo para pegar o vôo de Frankfurt para o Brasil, mas deu tudo certo. Achei muito legal que no aeroporto de Londres a gente sobe uma escada do lado de fora mesmo da pista pra entrar no avião, igual filme, não passava por aquele tubo que normalmente tem. Senti uma pontinha de tristeza de ver a cidade de cima ao ir embora. Dessa vez eu viajei com uma companhia alemã, mas sinceramente achei o serviço da Tam  bem melhor, bem o contrário do que eu tinha imaginado. Chegando em Frankfurt, percebi que minha mala estava rasgada. Por sorte não perdi nada, e achei muito legal que eu tinha aprendido no curso como proceder nessas situações. Mas percebi que o processo de reclamar era bem demorado, então deixei pra lá e peguei minha outra mala no locker e fui fazer o check in assim mesmo, afinal eu cheguei atrasada em vista do que tinha planejado. Sabia decisão, pois o check in demorou o tempo exato até a hora da decolagem.No aeroporto encontrei mais pessoas do curso. Comecei a ficar incomodada com as confusões que os brasileiros estavam arrumando com as regras (que eram bem claras) depois de tanto tempo convivendo com gente tão organizada. comecei a ficar com uma certa dor no coração, por saber que o sonho estava acabando.
    O vôo foi tranquilo, mas não consegui dormir bem como no vôo de ida. Fiquei assistindo um filme pra passar o tempo. Foi bem cansativo. Chegando no aeroporto no Brasil, comecei a sentir calor imediatamente. As malas demoraram muito pra chegar. Chequei a mala rasgada, e por sorte não perdi nada nessa viagem também. Quando saí estava ansiosa para encontrar minha família e meu namorado, que foram me buscar. O reencontro foi emocionante. Não parei de falar um minuto das coisas que lembrava na viagem para Juiz de Fora. Quando cheguei em casa, foi quase inacreditável, estava estranhando tudo. Desfiz as malas e fui entregando os presentes. Dormimos bastante, eu estava exausta e eles também, pois tinham madrugado com a minha chegada.
     Até hoje eu não tive muito tempo de separar as fotos para revelar, são muitas, e até hoje não havia tido tempo pra contar todo o ocorrido. A readaptação foi um pouco confusa no início, apesar de não ter ficado tanto tempo fora. Também tive que retomar os estudos e trabalho, que ficaram suspensos, e fui engolida por uma avalanche de coisas para fazer.
   Com este último relato eu encerro o blog, espero que os amigos e parentes tenham gostado de acompanhar os acontecimentos, e espero que as informações tenham sido úteis para os que tem interesse de ir pra Alemanha ou estão indo agora. Se tudo der certo, até a próxima viagem!

Beijos e Aufwiedersehen!

Bárbara